27 de out. de 2010

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Exageradas ou não,
Elas não são impedidas de rolar.
Descem como fogo em brasa,
Sambam pelo corpo até caírem no chão.
Mais frequentes,
Talvez descongelando o coração frio.
Que quer voltar a ser pedra.
E sonha com essa dureza,
Que era mais fácil de lidar.
Mas ele está voltando a ser como era.
Triste fim de um coração que tinha muito amor pra dar.
Dê a quem merece coração,
E lágrimas, se não forem de felicidade,
Por favor, parem de rolar.

Dêh.

19 de out. de 2010

A flôr do caquito



Branca como a Lua,
ela nasce uma vez por ano,
e tem um curto período de vida.
Branca como a Lua,
ela nasce linda, nasce enorme.
Seu pequeno espaço de tempo,
alegra o coração de quem vê,
a mais linda flôr
de curto período de vida.

Dêh.

18 de out. de 2010

O amansador de cavalos

Conheci um amansador de cavalos, que adorava o que fazia, talvez não fosse o emprego mais importante de se ter, mas Jorge gostava. Gostava tanto que colocava nome em cada um dos cavalos amansados. Depois ficavam conversando com eles como se fossem grandes amigos.
Um dia, chegou um cavalo meio marrom, meio branco, daqueles bem bravos. Jorge se animou, gostava muito de desafios e aquele não seria o primeiro.
O cavalo se empenou, Jorge preparou o laço e laço-o, mas caiu em vão ao chão. O cavalo meio marrom, meio branco se orgulha. Passa-se o tempo e a noite cai, Jorge vai para casa, um pouco decepcionado, um pouco decidido.
No outro dia, lá está os dois, numa disputa que queira a Deus não acabe em morte. Jorge lança um olhar severo e o cavalo se recua, porém não afasta o orgulho. Olhares se cruzam numa tentativa de sair um vencedor.
Jorge consegue laçá-lo, o cavalo se agita numa ânsia constante de se desvencilhar da corda que está no seu pescoço. Em vão, o amansador se mantém firme e novamente fixa o olhar aos olhos do animal. E faz o que sempre faz depois de uma luta ferrenha, ele canta, canta uma canção tão bonita que tranqüiliza o coração do cavalo meio marrom, meio branco.
O telefone toca. Jorge se desconcentra um pouco, mas se volta para o animal. O cavalo deita no chão, estava cansado.
Jorge sente que está flutuando, de felicidade por ter vencido? Não. Jorge está morto. O telefone. Dessa vez o cavalo tinha ganhado essa disputa.


Dêh.

Quem conta um conto, aumento um ponto...
(:

10 de out. de 2010

Enquanto ainda está vivo

Enquanto ainda se vive, deveríamos deixar as brigas de lado.
Enquanto ainda se vive, deveríamos rir mais.
Enquanto ainda se vive, deveríamos conservar as velhas amizades.
Enquanto ainda se vive, deveríamos magoar menos as pessoas, com coisas desnecessárias.
Enquanto ainda se vive, deveríamos dizer a verdade, mesmo que doa.
Enquanto ainda se vive, deveríamos amar mais e odiar menos.
Enquanto ainda se vive, deveríamos ligar para os amigos de vez em quando.
Enquanto ainda se vive, deveríamos nos preocupar menos com algumas coisas e preocupar mais com outras.
Enquanto ainda se vive, porque depois não adianta mais se arrepender.

Dêh.